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Marcelo Tesserolli: Inovação no Turismo

De acordo com os estudiosos da área, inovar significa criar algo novo, melhor:  um método, um produto, um serviço. Atualmente, a inovação está relacionada com a efetiva comercialização no mercado da intenção de criar o novo processo, produto ou serviço. Senão, é simplesmente uma boa ideia, que ainda precisa ser refinada.

A inovação pode ser classificada de acordo com o impacto que ela causa e as alterações que sugere. Dentre os tipos de inovação, podemos citar a incremental e a disruptiva. A primeira é caracterizada pela busca de melhorias em etapas e contínuas (constantes), aperfeiçoando algo que já existe. A inovação disruptiva é um processo radical e acontece quando há quebra de paradigmas e, dessa forma, resultados muito superiores aos da concorrência. Geralmente, cria algo tão revolucionário que acaba criando novos segmentos de mercados fornecedores e consumidores. No Brasil o turismo vem apresentando, ao longo dos últimos anos, inovações em várias frentes, com destaque para o tripé transportes, hospedagem e agenciamento.

No setor de transportes, as principais inovações na aviação estão relacionadas com o nível de serviço prestado aos clientes (com o aparecimento das empresas low cost e a automatização dos processos de checkin e despacho de bagagens, além da utilização de robôs em diversos processos internos, como por exemplo, na manutenção dos aviões) e as características das aeronaves mais rápidas, luxuosas e com maior capacidade de passageiros (por exemplo, o A380 pode ser configurado para até mais de 800 lugares). A empresa Buser inovou no setor de transportes rodoviários ao oferecer uma nova opção segura e com qualidade para compra de passagens de ônibus. Através da sua plataforma digital de fretamento colaborativo, os clientes podem comprar passagens de ônibus cerca de 60% mais baratas e com seguro.

Na hospedagem, a hotelaria vem aplicando diversas inovações, sobretudo nos serviços prestados aos seus clientes e na melhoria da gestão dos seus processos internos. Hotéis super segmentados para nichos específicos de mercado, automatização dos processos de checkin e checkout, melhores equipamentos (hardware e software, OIT – internet das coisas) disponíveis nos apartamentos e utilização de eletrônicos para reconhecimento dos hóspedes são algumas das melhorias inovadoras aplicadas neste segmento. Além disso, novos players entraram no jogo oferecendo serviços diferenciados por preços mais em conta, como por exemplo a AirBnB, que viabiliza o aluguel de imóveis particulares para utilização de turistas.

Em busca de competitividade, as agências de turismo vem criando novos modelos de negócios digitais, mais flexíveis e dinâmicos, com menor custo fixo e alta especialização em nichos de mercado. Além da realização de parcerias entre empresas, para otimização de custos e esforços de divulgação e comercialização.

Mas, sem dúvida, as inovações mais impactantes vem sendo notadas nas formas de divulgar, comercializar e, atualmente, consumir o produto turístico. A pandemia acelerou a tendência de virtualização dos processos formais e informais. Home office, aulas online, reuniões à distância, viagens virtuais, dentre outras atividades presenciais corriqueiras, estão se tornando habituais e as pessoas cada vez mais predispostas a consumir remotamente.

Não sabemos ainda como será o turismo pós-pandemia e suas consequências. Entretanto, turismo é uma atividade realizada por pessoas que se deslocam por diversas motivações. E o contato físico e o calor humano são itens fundamentais e insubstituíveis para a qualidade da experiência da viagem. Cabe, então, aos gestores e operadores do trade implementarem processos inovadores que mantenham a viabilidade do seu negócio e garantam a melhor qualidade possível da viagem para os viajantes.

 

Foto: Reprodução

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