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Marcelo Tesserolli: A retomada

Marcelo Tesserolli

Caros leitores, é com grande prazer e felicidade que inauguro minha coluna na EnjoyTrip. Este será um espaço aberto, crítico, bem-humorado e democrático, destinado a expor deias e reflexões acerca do turismo no Brasil e no mundo.

A Retomada 

Nesta primeira semana, comentarei um tema que tem permeado o noticiário geral nos últimos meses: como será a retomada do turismo após o período de isolamento social? Quando começaremos a receber turistas? Haverá aumento nos valores cobrados pelas empresas turísticas? Como serão as medidas de proteção à Covid-19?  Sem dúvida, ainda é muito cedo para traçar qualquer previsão sobre a trajetória de volta do turismo, sobretudo do receptivo de estrangeiros. Sabemos que as viagens domésticas começarão antes das internacionais, sobretudo em rotas terrestres.

A curto e médio prazo, serão implantadas diversas medidas restritivas e de proteção por parte dos turistas e dos prestadores de serviços turísticos, aumentando a burocracia para embarque e desembarque em aeroportos, visitação a atrativos turísticos, hospedagem etc. Além disso, os preços poderão variar significativamente, para cima ou para baixo, em acordo com a estratégia competitiva de cada organização. Mesmo correndo o risco de ser considerado um pessimista, mas com objetivo de alertar turistas e membros do trade, gostaria de narrar duas passagens vivenciadas por mim e por um grande amigo, que retratam a postura oportunista de algumas empresas quando em situação de crise.

Em 2010, quando o vulcão Eyjafjallajökull, na Islândia, lançou milhões de toneladas de cinza na atmosfera e os céus da Europa permaneceram fechados para voos durante vários dias, estava hospedado com minha esposa em Lisboa, em um reconhecido hotel de cadeia americana. Impossibilitado de voar para nosso próximo destino, solicitei ao meio de hospedagem a extensão da minha reserva para mais um dia. Mesmo com quartos vagos no hotel e indiferente à nossa situação de preocupação e ansiedade, o gerente do hotel negou nosso pedido, a não ser que pagássemos a diária balcão, o dobro da acordada em minha reserva original.

Perplexos com a falta de sensibilidade e hospitalidade do gestor, deixamos o hotel naquele mesmo dia. Outro caso aconteceu mais recentemente, com um amigo, editor de uma prestigiada revista. Em fevereiro deste ano, reservou um carro para utilizar no Rio de Janeiro, em maio. Em posse do veículo, quando precisou aumentar o período da reserva por mais dois dias veio a surpresa: um acréscimo de mais de 300% no valor cobrado em fevereiro!

Espero que não aconteça assim, mas se a retomada do turismo seguir este padrão oportunista de aumento abusivo de preços, provavelmente o mercado enfrentará gaps de ocupação e desafios cada vez maiores e mais difíceis de completar.

Mudança no Turismo do Rio

Após quase dois anos à frente da Secretaria de Estado de Turismo do Rio de Janeiro, Otávio Leite deixa o cargo para seguir a carreira acadêmica. Incansável defensor da causa, vai cursar doutorado em Portugal. Segundo o próprio, seu maior legado foi a inédita criação do Conselho Academia SETUR, com objetivo de estreitar a relação entre o meio acadêmico e o poder público e congrega, de forma democrática e participativa, as lideranças acadêmicas do Turismo no Estado do Rio de Janeiro. Assume em seu lugar a brilhante Adriana Homem de Melo, notável profissional da área de eventos, administradora e especialista em Gestão Pública.

Adriana Homem de Carvalho

Otávio Leite

 

Turismo Virtual I

O guia de Turismo Marcos Viggiani, carinhosamente conhecido como Marcão, enxergou uma oportunidade diante do atual cenário e teve a ideia de oferecer passeios virtuais pela internet. “Após 16 dias de confinamento, estava ficando doente. Queria muito sair de casa e trabalhar, mostrar a minha Cidade para os turistas, mas não podia por causa da quarentena”. Marcão convidou outro guia amigo, o Kadu (Carlos Alberto Bueno) e criaram juntos o portal “Turismo Virtual no Brasil” (www.turismovirtualnobrasil.com.br) que, desde maio deste ano oferece passeios virtuais interativos em várias cidades no Brasil, sempre agendados com antecedência.

“Queríamos oferecer uma experiência mais interativa do que simplesmente um vídeo gravado, então optamos por viabilizar a utilização das várias plataformas existentes, como o Zoom, o Teams, o Google Meetings, garantido que o turista possa se comunicar com o guia em tempo real”, comenta Kadu. O Portal conta com vários passeios em 23 cidades brasileiras e tem 46 guias cadastrados.

Marcos Viggiani (Marcão)

 

Carlos Alberto Bueno (Kadu)

Turismo Virtual II

A carioca Luciana Bonguardo, dona da empresa Rio Accessible Tour, é guia de Turismo especializada em acessibilidade e desde 2011 recebe na cidade do Rio de Janeiro, turistas com necessidades especiais, de todas as partes do mundo. Ela é uma das 46 guias que aderiu ao Portal do Turismo Virtual no Brasil e acredita que a iniciativa tem tudo a ver com o seu nicho de atuação, onde muitos de seus clientes têm dificuldade de locomoção. “Para mim a ideia do Marcão caiu como uma luva! De certa forma, complementa o trabalho que eu já fazia e agrega valor para o meu negócio. Estou animada e confiante!”. No próximo dia 12 de julho, Luciana estará realizando o primeiro passeio acessível virtual na Floresta da Tijuca, do Rio de Janeiro. As vagas são limitadas. Mais informações e inscrições: https://www.sympla.com.br/floresta-da-tijuca-acessivel__892650

Luciana Bonguardo

Floresta da Tijuca

Bons ventos na aviação nacional

A empresa aérea sul-americana JetSMART apresentou à Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) um plano de operação para atuar no mercado interno de aviação comercial low-cost. Assim como a argentina Flybondi, a norueguesa Norwegian Air e a chilena Sky Airline, que já atuam no Brasil em linhas internacionais, a JetSMART tem a intenção de operar no promissor mercado de voos domésticos, que movimenta cerca de 9 milhões de desembarques por ano no País.

JetSMART

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