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4.0 - DESTINO INTERNACIONAL

Roteiro para visitar as cidades da Copa

E a Copa se iniciou hoje, com o mundo todo que se motiva para assistir o primeiro jogo de 2018, que acontece na Rússia. Reuniões na casa da família, no bar, no trabalho, só para ligar a Tv e torcer pra um dos times.

Mas também temos aqueles que foram até lá para ver de pertinho os jogos. As partidas não são 24 horas, então há bastante tempo livre para conhecer esse país enorme, que cedia 11 cidades para o acontecimentos dos jogos. Que tal percorrer por algumas delas durante esses 30 dias?

Moscou

Cosmopolita, mas segura como poucas capitais da geopolítica atual, Moscou vive uma fase acesa e pulsante com a Copa e tantos eventos de verão. Desembarcar em qualquer dos três aeroportos internacionais e chegar ao Centro pelo moderno trem Aeroexpress, em uma hora, traz um sentimento de civilidade e comunhão entre locais e visitantes.

Os domos coloridos das igrejas ortodoxas, a arquitetura socialista e os marcos do comunismo passam pela janela enquanto o silencioso poezda (trem) cruza o plano urbano generoso e elegante. A urbe que inspirou peças de Tchaikovski, a literatura de Tchekov, pintores e dramaturgos, hoje ambienta um movimento de arte moderna internacional sem perder o status de meca do balé clássico, da ginástica olímpica e de outras artes performáticas

Coração histórico, geográfico e espiritual da cultura russa, o complexo arquitetônico do Kremlin e a Praça Vermelha merecem a atenção de quem tem apenas um dia na cidade. Além de outros destinos para saber um pouco da cultura e arte da cidade e do país.

São Petersburgo 

A antiga capital do Império Russo é hoje um dos destinos da vez na Europa, em parte por ainda não ter sido descoberta pelos turistas de Roma, Paris ou Veneza. A uma horinha de voo de Moscou, St. Pete faz páreo com essas “capitais culturais” na categoria museu a céu aberto e até entre quatro paredes, além de sediar uma cena artística em ebulição.

Um passeio pela Avenida Vevsky explica o apelido “Veneza do Norte”: a arquitetura neoclássica decora fachadas em série, interrompidas apenas pelas pontes peatonais sobre o sistema de canais do Rio Neva.

O rolê pelo centro histórico não pode deixar de incluir as catedrais Kazan e Isaac; a Igreja do Sangue derramado, uma das mais belas do país, com domos coloridos em alto-relevo; e os imperdíveis Museu Russo e Hermitage, este um palácio de ambientes suntuosos com uma coleção de arte excepcional.

No circuito mainstream, a balada ferve nos bares da Rua Rubinstein, que, durante o dia, recebe mercados de pulgas. Não distante dali, na Rua Kuznechny, encontra-se a casa onde Dostoievsky viveu, transformada em museu.

No lado B da cidade, o Parque-museu da Arte de Rua, a 30 minutos de táxi do Centro, mistura jovens locais com estrangeiros em um ambiente ao ar livre com skate, bike, dança, concertos, grafite… Do outro lado do Neva, o Museu Erarta é o espaço oficial da arte moderna.

Kaliningrado

Sua posição geográfica estratégica à margem do Báltico, espremida entre a Polônia e a Lituânia (e, portanto, distante de Moscou), proporciona à população um cotidiano mais cosmopolita que o vivido pelo resto dos russos. Mas, para muitos dos antigos habitantes, Kaliningrado ainda carrega a atmosfera de seus dias como posto avançado da URSS, clima que logo se sente em um passeio a pé.

Apesar da carregada arquitetura soviética e dos obsoletos monumentos a antigos líderes, o miolinho central oferece uma visita agradável, suavizada por parques arborizados, esquinas revitalizadas e museus muito peculiares. Imperdível, o Museu World Ocean permite adentrar um submarino nuclear e outras embarcações de guerra à margem do Rio Pregolya.

Outro museu inusitado é o do Âmbar um dos únicos do gênero em todo o mundo. Passada a impressão de que foi criado para atender a interesses exclusivamente geológicos, o espaço se revela uma experiência completa sobre a famosa resina fóssil, com exposições ligadas à história, ecologia, navegação, ciência e artes no Báltico. Mais importante, a atração está instalada no interior de uma conservada fortaleza neogótica do século 19.

Nizhny Novgorod

No topo de uma colina, marcando a junção dos rios Oka e Volga, a quinta maior cidade da Rússia é um posto comercial estratégico desde sua fundação, no século 13.

Só de se afastar um pouco da cidade, a bordo de um tour de barco sobre o Volga, já é um dos passeios mais legais pra se fazer aqui. O Kremlin reúne monumentos e prédios públicos iluminados à noite, compondo, a distância, um cenário de cartão-postal.

Em terra firme, o passeio imperdível de NiNo é uma descompromissada caminhada pelas alamedas do Kremlin e por seus jardins e museus, entre eles o de arte contemporânea.

Volgogrado

Espalhada em uma margem curva do Rio Volga, a antiga Stalingrado é um destino importante dos amantes de história. Hoje, o peso da tragédia persiste nos silenciosos jardins e monumentos em memória.

As marcas da guerra são relembradas em distintos museus e endereços, o mais importante deles é a Colina MamaYev Kurgan, vizinha do estádio de futebol. É ali que, erguido no fim dos anos 60, está o complexo de memoriais coroado pela gigantesca Estátua da Mãe Rússia, uma figura feminina com 72 metros de altura empunhando uma espada de 11 metros acima de sua cabeça.

Em um passeio pelas avenidas Lenin e Komsomolskaya, logo se vê que os soviéticos transformaram Volgogrado em um símbolo de seu esforço e, no processo, presentearam a cidade com amplos bulevares e edifícios públicos de uma grandiosidade stalinesca.

Próximo ao rio, o Museu Panorama preserva na entrada um edifício bombardeado e nunca restaurado. No museu, há exposições sobre a Batalha de Stalingrado, uma maquete da cidade arruinada e um impressionante mural de 360° que retrata uma cena dramática do conflito.

Ecaterimburgo

A quarta maior metrópole da Rússia é também uma charmosa e vibrante cidade histórica. Eterno ponto de encontro entre culturas, sua particular posição geográfica, no sopé dos Montes Urais, marca a divisa entre a parte europeia e a asiática do extenso território russo, em uma das principais paradas da ferrovia Transiberiana.

Orientar-se em seu plano urbano é fácil. Ao margear a ampla Praça Platinka, a avenida principal (chamada Lenin, como em toda cidade russa) cruza o Rio Iset com sua calçada espaçosa, cheia de restaurantes e cafés, frequentada noite e dia pelos jovens de Ecaterimburgo.

A partir do Centro, uma viagem de uma hora e meia de carro dá acesso à poética cadeia de montanhas descrita na literatura de Pavel Bazhov, o cultuado autor dos ensaios sobre os Urais cuja obra inspirou o balé A Flor de Pedra, de Prokofiev. Nos montes urais, cada época do ano traz aromas e cores diferentes. Uma das mais belas áreas de conservação, o Parque Bazhov protege um bosque temperado em meio às montanhas, que ganha cores especiais no outono e muita diversão à beira de seus lagos no verão.

Saransk

Rica, moderna e distante “apenas” 650 km de Moscou, Saransk é a menor das cidades-sede da Copa. Um passeio pelo pacato Centro logo deixa claro: com suas vestes coloridas, danças folclóricas, arquitetura em madeira, culinária e idioma próprios, a Mordóvia é uma nação à parte dentro da mãe Rússia.

Embora pequena, a cidade tem muito pra se ver e fazer, em um circuito fácil de ser percorrido a pé. Uma das visitas obrigatórias é a Casa Mordóvia, vilarejo étnico-turístico com construções típicas de madeira e um restaurante regional famoso pelo pachat, tipo de panqueca parecido com o blini.

Samara

Com pouco mais de 1 milhão de habitantes vivendo à margem de uma generosa praia de areia, Samara é um hub de transportes em outra estratégica curva do Volga. O passeio pelo calçadão à beira-rio – com ou sem banho no curso d’água – garante o lazer dos locais e dos raros turistas estrangeiros por aqui.

Caminhando entre adolescentes de patins, ciclistas, banhistas, esportistas, jovens mães empurrando carrinhos de bebê e idosos jogando xadrez, observa-se um convívio harmônico, civilizado e bastante “socialista”, como se o equipado espaço público fosse um grande clube, projetado para toda a população usufruir gratuitamente. Com tão colorida e dinâmica atmosfera de interação social, o promenade sobre o aterro é, de longe, o lugar mais interessante e alto-astral a se visitar na cidade, embora não faltem atrativos ligados à sua peculiar história.

Kazan

Bem-vindo à terra dos tártaros, povo que descende diretamente das hordas de Genghis Khan. Junto com o vizinho Bascortostão, o Tartaristão ocupa uma extensa região de maioria muçulmana.

Kazan, a capital do Tartaristão, mescla a cultura eslava com a tártara, sob a bênção de um islamismo sunita moderado. Um passeio no Centro logo revela que o idioma tártaro, de origem turca, é falado nas ruas tanto quanto o russo, e divide espaço em placas de trânsito e publicações oficiais.

A maior atração aqui é o Kremlin de Kazan, conjunto arquitetônico listado entre os patrimônios protegidos pela Unesco.

Rostov-on-Don

Terra dos cossacos, “Rostov-sobre-o-Don” goza de um status elevado entre as principais cidades da Rússia europeia graças à posição geográfica privilegiada, a apenas 32 km do Mar de Azov, contíguo ao Mar Negro. Porto e rio protagonizam os romances de Mikhail Sholokhov, biógrafo da saga desse grupo étnico semiautônomo, por vezes orgulhoso aliado, em outras volátil inimigo de Moscou, ao longo da Revolução Russa. Essa é uma cidade para se explorar a pé. À beira-rio, o grande Bulevar promove o lazer comunitário diariamente, em um ritual de convívio lindo de se ver.

Em outro corredor arborizado – o Calçadão da Pushkinskaya -, a caminhada pela sombra encontra esculturas, instalações e murais antigos. Violinistas adolescentes, casais sobre patins e crianças jogando bola ocupam o espaço público adjacente ao Parque Central da cidade, onde uma área para arvorismo e uma roda-gigante fazem a alegria de jovens casais e crianças.

Do outro lado do parque, a Praça Teatralnaya reúne três estilos arquitetônicos – clássico, construtivista e soviético socialista – nos prédios públicos ao redor do grande largo do Memorial de Guerra Stella. No fim de tarde, o espaço é frequentado por uma moçada a pé ou de skate, ambulantes e músicos, que dividem aquelas larguras com crianças aprendendo a andar de bicicleta e famílias.

Fonte: Viagem&Turismo

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