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Europa

Queijos da Europa com cachaça, sim!

Se até hoje limitava-se a combinação da cachaça aos queijos mineiros, é porquê ainda não havia se promovido o diálogo entre os emblemáticos queijos da Europa e as singulares cachaças produzidas em nosso país. O encontro de dois sublimes protagonistas não somente provou-se bem sucedido como revelou facetas sutis de cada um deles, potencializadas nesta feliz harmonização.

Essa experiência de degustação foi proposta pelo CNIEL (Centro Nacional Interprofissional da Economia Leiteira) e União Europeia, através da campanha “Abra Seu Paladar” dos Queijos da Europa. Nesse recente encontro, do qual participaram jornalistas e profissionais como José Oswaldo Amarante, pesquisador do universo dos queijos, e Renato Frascino, pesquisador e conhecedor de uma das mais populares bebidas brasileiras, ficaram claras e evidentes as 1001 possibilidades de um bom casamento entre os dois. O objetivo foi mostrar a versatilidade dos queijos europeus em suas diferentes características de sabor, textura, aroma e sua fácil combinação com a nossa cachaça.

O estudo mostrou, por exemplo, que os queijos de massa mole e casca florida, representados nessa harmonização pelo Camembert e Brie – e que incluem também especialidades como Coulommiers, Neufchâtel, Chaource, Saint-Marcellin, Brillat-Savarin [França] – quando unidos à uma cachaça branca sem madeira, mineral e cítrica com aroma de doce de laranja, apresentam um resultado surpreendente. Uma deliciosa combinação surge ao fundir o gosto de cogumelo e avelãs dos dois protagonistas dessa categoria, às notas desta rica aguardente envelhecida em tonéis de Jequitibá.
Os queijos de massa mole e casca lavada como Pont-l’Évêque, Livarot, Époisses, Mont d’Or, Munster, Maroilles [França]; Taleggio [Itália]; Vacherin Mont d’Or [Suíça]; Limburger, Romadur [Alemanha], casam perfeitamente com cachaças envelhecidas em tonéis de castanheira e bálsamo. Os queijos Pont L’êveque e Taleggio, mostram ser levemente menos moles e úmidos do que os de casca florida. O sabor e o odor estão entre os mais pronunciados de todos, as vezes lembrando estábulo. Eles combinaram harmoniosamente com a citricidade láctea, acidez e álcool balanceado, toque de ligninas terciárias e frutos secos e ligeiro amendoado cremoso com gorduras do álcool e celulose da cana, encontradas nesse tipo de cachaça, detentora também de um toque tostado bem definido no paladar e frescor digestivo.

Na vez dos queijos de massa prensada não cozida ou semidura, caso do  Reblochon, Saint-Paulin, Saint-Nectaire, Morbier, Tomme de Savoie, Abondance, Mimolette, [França]; Gouda, Edam [Holanda]; Manchego, [Espanha]; optou-se por combiná-los com cachaça envelhecida em tonéis de amburana, típica por apresentar aroma e sabores de coco, cocada e cacau fruta. Estas características se harmonizaram perfeitamente com a natureza mais suave de alguns deles, caso do Saint-Paulin e do Mimolette, os eleitos do dia.

Já os queijos de massa prensada cozida ou dura, como Beaufort, Comté [França]; Emmental [França, Suiça], Gruyère [Suíça]; Maasdam [Holanda], flertam lindamente com cachaça envelhecida em carvalho francês e americano, como mostrou, a harmonização de um Emmental e um Maasdam, ambos com características mais frutadas. Baunilha, mel, manteiga queimada, entre outros elementos da cachaça escolhida levaram a união dos protagonistas a um final mais que feliz.
Já as especialidades de massa azul, exemplo do Roquefort, Fourme d’Ambert, Bleu d’Auvergne, Bleu des Causses, [França]; Gorgonzola [Itália]; podem ser interessantes ao lado de uma cachaça envelhecida em canela sassafrás e um blend de 7 tonéis, incluindo carvalho francês, carvalho americano, bálsamo, cabreuva, amburana, grapia, canela, e sassafrás. Para contrabalancear o sabor picante e salgado desses queijos, cai bem esta cachaça com aromas de bolo inglês com frutas secas, passa, ameixas, açúcares demerara e toques de frutas carameladas, como se notou ao juntar a bebida a um bom Roquefort.
Estudo realizado pelos consultores:
José Osvaldo do Amarante – Pesquisador sobre universo dos queijos, autor do livro “Queijos do Brasil e do Mundo para iniciantes e apreciadores”, 2015.
Renato Frascino – Técnico sensorial de bebidas e alimentos, fundador do Clube Brasileiro da Cachaça de Alambique
Sobre o CNIEL 

O CNIEL, Centro Nacional Interprofissional da Economia Leiteira foi criado em 1973 por produtores e processadores de leite. Seus principais objetivos são facilitar as relações entre ambos e promover uma imagem positiva do leite e produtos lácteos. 

Após quatro anos de presença no Brasil com diversas ações, o CNIEL promove atualmente junto com a União Europeia a campanha “Abra Seu Paladar”, dos queijos da Europa com o intuito de intensificar o consumo de queijos nos hábitos alimentares dos brasileiros.

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