PUBLICIDADE

- INVISÍVEL

Serra Gaucha- o destino do vinho

O frio da Serra Gaúcha já é um tradicional roteiro de inverno; agora, os turistas descobrem as novas possibilidades na região. A Estação Vindima, a colheita da uva, que ocorre no verão, de janeiro a março e tem atraído cada vez mais visitantes à cidade de Bento Gonçalves, a 120km de Porto Alegre (RS). As opções de passeios são variadas e incluem programas tanto para quem já conhece vinhos quanto para os amadores no assunto. É certeza encontrar vinhos que agradam a todos os paladares e de muita qualidade, mas o destaque é o Merlot, já que essa uva foi a que melhor se adaptou à região.

Do meio para o fim da estação, os produtores realizam a tradicional colheita da uva, após meses de longo preparo. Aos poucos, o que era apenas uma rotina da viticultura se tornou um atrativo turístico. Uma das vinícolas que oferece o roteiro da vindima é a Cainelli, um estabelecimento familiar gerenciado por Roberto e Bernadete Cainelli, e o filho Roberto Junior, enólogo responsável pela produção.Ao chegar, o turista recebe uma breve explicação de Bernadete sobre a origem da família, que chegou ao Brasil em 1875 para “catare la Cucagna”, expressão que significa a busca pela Cocanha, país do imaginário italiano que seria como um paraíso na terra. Mas as condições no Brasil eram árduas, com pouca estrutura para os recém-chegados, que construíram casas de troncos de árvore e chão de terra batida, com porões de pedra para amenizar os invernos rigorosos do sul. “Com fé, trabalho e família, nossos antepassados superaram as dificuldades”, relata a matriarca.

De chapéu de palha e portando cestos de vime, o turista é liberado, então, para colher as uvas na vasta plantação. A colheita é embalada pelo músico Samuel Pedrotti, no violão, e pelo grupo Recordare e Vivere, coral feminino que engloba várias gerações de descendentes de italianos para manter viva a tradição do canto.

Toda a experiência é desenhada para lembrar a vindima dos colonos e das famílias da região. Como as manhãs eram de trabalho intenso e para evitar longas pausas, o lanche era servido em meio aos vinhedos. É o merendim, também reproduzido nas vindimas de hoje. Conta com polenta frita na hora, queijos, salames, pães, geleias e torta tirolesa com recheio de uva. Para refrescar, são servidos vinho tinto e branco, além de suco.

Ao final da colheita, o turista é levado de tuk-tuk até a entrada da vinícola, onde participa da pisa das uvas. Os cachos colhidos minutos antes são despejados em um grande tonel (nas vinícolas tradicionais, chamado de lagar) para que sejam amassados. A grande vantagem desse método e o motivo pelo qual durou tantos séculos é que ele não resulta na quebra da sementes. Assim, o suco não fica com o gosto forte e amargo presente nessa parte da fruta. O produto da pisa, é claro, não é bebido pelo visitante; todo o vinho consumido nas dependências e comercializado pela vinícola é feito em prensas automáticas.

O roteiro, que é perfeito para casais, famílias e grupos de amigos, tem duração de 150 minutos com agendamento prévio. A vinícola também tem outras opções de passeio, que podem ser compradas pelo site.

PUBLICIDADE