As duas maiores potências do turismo na América Latina vão trocar informações sobre boas práticas para fortalecer o setor. O ministro do Turismo do Brasil, Henrique Alves, e a ministra do Turismo do México, Cláudia Ruiz Massieu Salinas, reuniram-se em Brasília. O Brasil quer conhecer melhor o modelo de promoção internacional e a criar áreas de interesse do turismo do México. Em contrapartida, o Brasil vai ajudar o país da América Central a desenvolver o turismo interno. Os próximos passos são a formalização do compromisso de ajuda mútua e a elaboração de um plano de trabalho com a previsão de visitas técnicas.
Atualmente 70 mil mexicanos visitam o Brasil por ano e 300 mil brasileiros desembarcam no México. “Temos de equilibrar essa conta”, disse Alves durante o encontro. Entre as ações previstas dentro da estratégia de melhoria da promoção internacional está a nova formatação da Embratur, autarquia responsável por divulgar o Brasil no exterior. A ideia é copiar modelos mais modernos, que agilizem as contratações e permitam a união de esforços entre o governo e a iniciativa privada, como a Apex-Brasil e o órgão que desempenha função similar à Embratur no México.
O desenvolvimento de áreas de interesse turístico no México também será analisado por uma equipe técnica, responsável pela adaptação do modelo à realidade brasileira. Há 40 anos, Cancun era uma província de 20 mil habitantes, sem estrutura turística. Atualmente, a região tem um parque hoteleiro com 84 mil quartos, a porta de entrada para 70% dos US$ 16 bilhões de dólares que entraram no país no ano passado.
A criação de zonas turísticas prevê uma série de facilidades tributárias, econômicas e de licenciamento que fomentem e facilitem a atração de investimentos. “Conseguimos promover uma verdadeira revolução social por meio do turismo. Estamos falando de milhares de empregos e oportunidade para uma área que não tinha outra possibilidade”, disse Cláudia.
A ministra mexicana destacou a importância do setor turístico como gerador de emprego e renda. “Atualmente há uma percepção no nosso país do poder que o nosso setor tem, tanto que criamos um gabinete interministerial voltado para o turismo uma vez que tratamos de questões que transversais, ligadas a outras pastas como aviação e meio ambiente”, disse. As missões internacionais devem contar com a participação de representantes de órgãos de controle e do Meio Ambiente.
Atualmente o turismo responde por 3,7% do PIB e gera 3,1 milhões de empregos diretos no Brasil. “Podemos muito mais e, tenho certeza de que a experiência do México pode nos ajudar”, afirmou Alves. A contrapartida do Brasil no acordo bilateral será voltada para o mercado interno. O México quer aprender como estimular os cidadãos a conhecerem o próprio país. Cerca de 85% da movimentação turística brasileira é gerada pelas viagens domésticas.