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Ana Laura: escritora conta em livro a história de sua viagem pelo país

Lançamento de “Venha Sonhar Comigo” será dia 27 de abril, em Bertioga

por: Jefferson Cruz

Você teria coragem de vender os seus bens, gastar mais de R$ 50 mil e ir em busca de uma realização pessoal, um sonho? Viajar pelo Brasil e conhecer um mundo totalmente novo, cheio de desafios e mistérios.

A responsável por esta aventura é a aposentada Ana Laura de Queiroz, 66 anos. Formada em Pedagogia e pós-graduada em coach, a sul-mato-grossense de Três Lagos, resolveu começar esta longa jornada após uma crise existencial. “Em 2016, senti a vontade de viajar em decorrência da diminuição da demanda de trabalho. Fiquei algum tempo em casa vendo TV, lendo, estudando e isso me chateava. Uma noite acordei na madrugada e a luz refletiu. Eu disse a mim mesma: Ah! Já sei o que vou fazer! Farei uma grande viagem. Vou fazer meu ano sabático”.

Ana Laura, em Bonito/MS.Na época da viagem, a limitação dos recursos financeiros foi um agravante, mas a coragem para realizar o sonho fez com que a viajante superasse este desafio e tomasse uma atitude inusitada. “Vendi meus móveis, carro e guardei meus pertences pessoais na casa de uma amiga. Pesquisei sobre os prováveis gastos de viagem, planilhei e foi quando percebi que para dar certo precisava me livrar do aluguel. Assim o fiz”, relembra.

O apoio da família foi fundamental, mas muitas pessoas não acreditavam nesta ideia e algumas vezes, a descrença por parte de amigos esteve presente. “Ouvi de algumas amigas que elas não fariam isso jamais. Outras, falavam entre si e, depois chegava a mim que eu era louca.”

Apesar do descrédito, nada a fez desistir da viagem e com a experiência que seria adquirida nessa nova e promissora jornada, um segundo objetivo seria alcançado: o de escrever um livro com as “pessoas do meu Brasil”, como diz Ana Laura. “Não seria um livro exatamente sobre turismo, pois não tenho essa expertise, mas fui viajar com a intenção de escrever.”

Urubici/ Santa Catarina.O início desta aventura começou em Belém do Pará e se estendeu até Araxá – Minas Gerais. Nos 365 dias de viagem, a aventureira visitou 117 cidades, de 26 estados, além do Distrito Federal. Ao lembrar dos locais por onde passou, recorda com carinho das palavras de incentivo e da simplicidade do povo brasileiro. “Eu ganhava jantares, almoços, era recebida nas casas até para tomar um lanche da tarde. Enquanto conversávamos me diziam: continue firme e se precisar de algo quando estiver próximo daqui, me liga. Eu tenho telefone de muita gente do Brasil e falo com quase todos ainda. Já são quase dois anos de retorno após a viagem. Ficaram meus amigos”.

A dificuldade esteve presente e bem no início da viagem, a aposentada se lembra dos problemas de infraestrutura que encontrou em algumas cidades. “Eu chegava à noite, mas nada estava aberto. As pousadas, hotéis ou até mesmo os hostels, não serviam nada para comer. Muitas vezes eu viajava o dia todo, não comia na estrada, carregava algumas bolachinhas e comprava sucos de caixinha e a noite não tinha comida. Então nesse dia de viagem ficava quase sem comer”.

Outras dificuldades também aconteceram e ao passar pela rodoviária de Boa Vista, em Roraima, Ana Laura se lembra dos cuidados que precisou ter ao avistar os venezuelanos recém-chegados à cidade. “Eu estava escovando os dentes e duas garotas entraram. Uma senhora me avisou rapidamente para eu tomar cuidado com a mochila e a pequena mala, porque eles estavam pegando para eles.  Então virei de frente para as meninas as encarei, elas foram embora. Isso foi um risco iminente que cheguei de ser roubada”.

Lençóis Maranhenses/Maranhão.

A estadia da aposentada na cidade foi de apenas quatro dias. O responsável pela partida? O calor excessivo. No entanto, uma cidade que a fez ficar mais tempo foi Álter do Chão, no Pará. “Fiquei quinze dias. O local é um pedaço do Brasil a ser explorado. É místico, lindo! O Rio Tapajós é límpido, translúcido, as praias possuem infraestrutura. A paisagem é exótica, repleta de barquinhos para atravessar. Chorei quando saí de lá, queria ficar, um pedacinho de mim ficou lá”.

Alter do Chão, Pará. Festa do Sairé.

No Estado do Amazonas, um dos fatos mais espantosos que Ana Laura vivenciou foi de ter que dormir na rede de uma balsa.  “Tentei dormir na rede, mas fiquei preocupada. Fui para as suítes conforme vão nos chamando. O lugar era muito simples e repleto de baratas. Fiquei desesperada porque não suporto essas indesejáveis. Pedi um remédio para matá-las e me forneceram imediatamente. Eu exterminei as mesmas a tal ponto que não conseguia mais entrar na cabine. Abri a porta, liguei o ar-condicionado e fiquei vigiando do lado de fora porque não conseguia entrar devido ao cheiro forte”, lembra.

Hoje, de volta ao litoral paulista e cheia de história para contar, Ana Laura se prepara para apresentar aos leitores as suas aventuras no livro “Venha Sonhar Comigo”. Nesta obra literária, a escritora conta as experiências que adquiriu ao passar pelas 117 cidade do Brasil. Ah. Se você pensa que esta história acaba por aqui, está enganado. Ela já pensa em outra aventura, mas para que isso possa acontecer, ela diz que “precisa trabalhar, juntar recursos financeiros para ir para a América do Sul, nos lugares onde ainda não fui”, planeja.

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