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Trabalhadores que encantam o turista

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Coleci Gonçaves com um grupo de turistas. Crédito: Arquivo pessoal

A economia do turismo mexe com o mundo do trabalho. No Brasil são 7 milhões de pessoas envolvidas em mais de 50 atividades que estão diretamente ligas ao segmento do turismo. É impossível pensar em atividades turísticas sem a intermediação dos agentes de viagem na venda de pacotes turísticos e os serviços de transporte, hospedagem, alimentação e lazer entre tantos outros que fazem a engrenagem do turismo girar e gerar emprego e renda para desenvolver os destinos brasileiros.

Não há máquina de café que substitua o bom atendimento de um garçom. Por melhor que seja a bebida, a qualidade do serviço é fundamental. É por isso que uma das metas do Ministério do Turismo é ampliar a qualificação profissional para formar trabalhadores e ampliar as oportunidades de emprego nos serviços que estão diretamente ligados com a satisfação do turista em relação aos destinos. São cursos básicos e técnicos oferecidos em plataformas online e presenciais, inclusive para os gestores de turismo.

Quando a cidade de Cavalcante (GO), na Chapada dos Veadeiros, despontou para o turismo de natureza e aventura, o jovem Coleci Gonçalves, até então sem perspectiva de emprego, logo percebeu que o potencial turístico local seria uma oportunidade de trabalho e de mudança de vida. Ele buscou qualificação profissional e fez um curso de guia de turismo. A atividade de guia é uma das que exigem registro no cadastro de prestadores de serviços do Ministério do Turismo, o Cadastur, para o exercício da profissão.

O trabalho de guia acompanhando grupos de turistas, principalmente de Brasília, pelos atrativos naturais da região fez de Coleci uma referência na Chapada dos Veadeiros. Com uma clientela já formada, ele ampliou o negócio e, atualmente, guia grupos semanais pelos atrativos que permitem a montagem de múltiplos roteiros. O profissional de Cavalcante se desloca para Alto Paraiso, São Jorge, Formosa, São João da Aliança, Teresina de Goiás e Mambaí, entre outros destinos de ecoturismo de Goiás.

Os passeios ecológicos quase sempre incluem trilhas que levam às cachoeiras, cânions, cavernas e sítios arqueológicos entre outros atrativos naturais que tanto encantam os turistas em busca de ecoturismo. Mas, o trabalho do nativo, descendente dos índios Avá-canoeiros, não se resume ao prazer de guiar e atrair novos clientes. Coleci incentiva o turismo de base comunitária. Formado em gestão ambiental e apaixonado pelo Cerrado, ele compartilha o conhecimento com os moradores locais, que exploram os atrativos de forma sustentável.

O controle de visitantes por atrativo é um deles. O manejo das trilhas é outra preocupação. Os quilombolas que povoam a região ainda oferecem serviços como alimentação caseira, artesanato, hospedagem e vendem produtos da roça. “A atividade turística distribui a riqueza que circula pela comunidade. Todo mundo acaba se beneficiando do trabalho com o turismo”, disse. E para fazer valer suas palavras, o guia faz rodízio de restaurantes e pousadas para que todos saiam ganhando com os pequenos negócios gerados com a chega dos visitantes.

Na pousada que fez na extensão do terreno da casa, voltada paras as montanhas do entorno de Cavalcante, dona Francisca Oliveira Mota oferece aos visitantes banho privativo com chuveiro quente e roupa limpa de cama e banho. Se no quarto falta o conforto de um hotel, ela se esmera na cozinha. O tempero nordestino, herdado da cozinha cearense, se mistura aos sabores do Cerrado. “Meu prazer é ver o turista chegar de uma trilha satisfeito com as belezas de Cavalcante e voltar para casa com a sensação de que visitou o paraíso”, resume a cearense ao justificar a boa vontade de servir os hóspedes e fazer com que os turistas se sintam em casa.

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