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Restaurante em Madri é o mais antigo em funcionamento


Nas últimas páginas do romance de estreia do escritor norte-americano, Ernest Hemingway, traduzido no Brasil como “O Sol também se levanta”, ele fala de um restaurante que descreve como o melhor do mundo. É o Sobrino de Botín, em Madri. O mais surpreendente, porém, é que no ano do lançamento do livro, 1926, o estabelecimento havia recém completado 200 anos de existência. Inaugurado em 1725, aparece no Guinness Book, o Livro dos Recordes, como o restaurante mais antigo do mundo ainda em funcionamento.

Para se ter uma ideia, no ano de sua inauguração, países como EUA e Brasil ainda eram colônias, a Europa acabara de sair de um período de intensas guerras que se estendiam desde o século 17 e ainda faltavam alguns anos para passar por importantes mudanças como a Revolução Industrial e Francesa.

Foi nesse contexto que o francês Jean Botín criou juntamente com sua esposa uma pousada na rua Cuchilleros, nº 17, muito perto da Plaza Mayor, no centro antigo de Madri. O nome, aliás, “Sobrino de Botín” vem do ano de 1868, quando o sobrinho de Jean Botín, Candido Remis, herdou o estabelecimento. Nessa época a casa parou de receber hóspedes, seguindo somente como restaurante.

O prédio, aliás, é muito mais antigo que o restaurante. Usado como bodega desde 1580, preserva até hoje uma imagem clara das construções do século 16, principalmente em seu piso inferior – um salão com teto baixo de tijolos abobadado cheio de móveis e relíquias do passado. São quatro andares do edifício, sendo que quanto mais acima, mais novo é o espaço.

Mas foi a partir da construção do forno à lenha que o lugar começou a ganhar fama. O Cochinillo asado é um dos principais responsáveis pelo reconhecimento e longevidade do restaurante. Um leitãozinho de 21 dias é assado até hoje no mesmo forno construído por Jean Botín.

Também são famosos na casa o gaspacho, sopa fria tradicional da cozinha castelhana, e a sangria, embora a maioria prefira seguir o exemplo de Jake, protagonista do livro já citado de Hemingway, e provar um vinho Rioja Alta.

Apesar de tradicional, o restaurante fez sua fama sem nunca se dedicar ao serviço das elites. Pelo contrário, seus preços acessíveis o tornaram local de encontro de artistas e escritores, sendo que muitos, inclusive, seguem o exemplo de Hemingway e citam o restaurante em suas obras, como é o caso do espanhol Benito Pérez Galdós, do britânico Frederick Forsyth e do americano James A. Michener. O famoso pintor espanhol Francisco de Goya trabalhou no restaurante aos 19 anos, antes de ser reconhecido por suas obras.

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