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Diversidade turística da divisa SP-MG atrai visitantes

 

A porta da frente aberta nas casas, despreocupadas. As pessoas amigas e receptivas. Emoldurando tudo isso, a paisagem montanhosa que dispensa descrições. A Estância Hidromineral de Águas da Prata mescla ecoturismo, turismo de aventura, turismo rural, histórico, gastronômico, cultural e religioso. Diversos roteiros estão disponíveis na região que divide São Paulo de Minas Gerais.

Fé no Caminho

A Associação dos Amigos do Caminho da Fé, como o nome mesmo sugere, presta serviços voluntários aos milhares de andarilhos do Caminho da Fé, maior rota de peregrinação das Américas, que tem Águas da Prata como trajeto. A rota foi inaugurada em 2003, inspirada no Caminho de Santiago de Compostela, na Espanha. Anualmente, cerca de 9 mil peregrinos partem de Águas da Prata para o Caminho da Fé e cerca de 25 mil pessoas passam pela cidade com o mesmo objetivo.

Almir Grings é o idealizador do projeto: “Não há nenhum motivo em especial para o peregrino, a beleza do próprio caminho justifica o desafio. Além disso, quem percorre o trajeto (mais de 400 km, no total), tem a oportunidade de observar a natureza, passar dias ou semanas vivendo apenas com o essencial e, principalmente, refletir e meditar durante o percurso”, afirma Grings.

Pico do Gavião

Na estrada percorrida pelos peregrinos do Caminho da Fé, com um pequeno desvio, vale a pena passar pelo Pico do Gavião, que, com quase 1.700 metros de altitude, é referência na prática de voo livre. O pico situa-se, ao mesmo tempo, em São Paulo e Minas Gerais, mais precisamente em Águas da Prata (SP) e Andradas (MG) e permite aos aventureiros a prática, além do voo livre, do mountain bike, slackline, trilhas e camping. Uma dica para quem vai ao Pico do Gavião é parar em alguma das mais de dez cachoeiras localizadas no íngreme caminho até o local.

São João da Boa Vista

Além de Águas da Prata, mais duas cidades vizinhas fizeram parte do roteiro, São João da Boa Vista (SP) e Andradas (MG). Atraentes pela gama de possibilidades e tipos de turismo (histórico, rural, de aventura, entre outros), as cidades na divisa de São Paulo com Minas Gerais foram palco importante durante a Revolução de 32. Esse acontecimento histórico é usado ainda hoje para a criação de circuitos de caminhada pelas trincheiras do movimento cívico.

Turismo Histórico – Revolução de 32

Após a quebra da política do café com leite e a tomada de poder por Getúlio Vargas, em 1930, formam-se forças apoiadoras e opositoras ao governo, até que, em 23 de maio de 1932, os grupos entram em conflito nas ruas de São Paulo, resultando na morte de estudantes, que ficaram conhecidos como MMDC (iniciais dos nomes dos jovens mortos no conflito).

As mortes são os estopim que dão início, em 9 de julho do mesmo ano, ao movimento. Tendo as fronteiras de São Paulo e Minas Gerais como palco ativo dos conflitos, ainda hoje há vestígios das batalhas, que se transformaram em roteiros históricos para os turistas que visitam a região.

Educação e Cultura

Fomos guiados pelas ruas calmas de São João, com as construções antigas e a tranquilidade dos transeuntes. A educação no trânsito sanjoanense é um exemplo para os motoristas das grandes metrópoles. Na praça, ao lado da igreja, ergue-se o Theatro Municipal Sanjoanense, que completou cem anos no dia 31 de outubro do ano passado e tem as portas abertas para o público e os mais diversos tipos de arte.

São João da Boa Vista apresenta ao visitante uma variedade de museus, igrejas, restaurantes, alguns hotéis, mas o que não pode faltar durante a visita é o cemitério São João Batista.

O cemitério é um museu a céu aberto. As obras mais famosas são do artista Fernando Furlanetto: esculturas realistas em mármore com figuras sacras encomendadas para altares de igrejas e túmulos do cemitério.

Andradas

Andradas, em Minas Gerais, é conhecida por ser a cidade que mais produz rosas no Brasil. O município também atrai visitantes pela variedade de opções de turismo de aventura. Além do Pico do Gavião, Andradas tem relevos radicais para escalada, como a Pedra do Elefante ou a Pedra da Cruz, por exemplo. Combinada com a escalada, é comum a prática do trekking na cidade.

Vinícolas

Outro atrativo na região são as vinícolas, tanto artesanais quanto industriais. Destaque para a Casa Geraldo, de porte industrial, que além de produzir vinho conta com loja e restaurante.

Nosso roteiro pela cidade terminou em outra atração que vale a visita: a Vinícola Basso, fundada em 1902, ainda se mantém artesanal, com tonéis de madeira e produção reduzida, preservando a tradição. Lá, Rogério Basso, que hoje toma conta do estabelecimento com a ajuda de seu tio, conta aos visitantes a história da vinícola, explicando o porquê de manter, ainda hoje, os meios de produção artesanais.

 

Foto: Reprodução

Fonte: DiáriodoTurismo

 

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