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Arnaldo Bichucher: “Tirando onda”

TIRANDO ONDA

 

Desde março de 2020 vimos nosso vocabulário mudar repentinamente. Palavras e expressões que antes não usávamos com frequência, agora fazem parte do nosso dia a dia, parecendo serem tão familiares desde sempre.

Na atividade turística nos acostumamos a tratar a sazonalidade através das altas e baixas temporadas, podendo assim nos planejar, nos preparar e sobreviver. O sonho de todos do trade é aumentar o período de alta temporada, diminuindo automaticamente o de baixa, obtendo assim melhores resultados na geração de trabalho e renda em várias frentes.

Meios de hospedagem, agências e operadoras, transportadoras, guias de turismo e todo leque de empresas e profissionais do turismo receptivo, incansáveis na busca de uma atividade sustentável, sempre sofreram com essa gangorra no volume de trabalho.

Agora somos obrigados a nos acostumar com pandemia, distanciamento social, lockdown, quarentena, live, assintomático, home office, etc. Somos obrigados a nos adaptar, viver a realidade do jeito que ela é, mas quando parece que estamos prestes a superar esse desafio, eis que voltamos a ser atingidos por uma nova ONDA.

Pois é, aquela onda do mar que nos divertia, aquela onda que a gente furava, aquela onda que a gente surfava, já não é tão famosa. A onda mecânica, a onda eletromagnética, a onda gravitacional, assim como as ondas unidmensionais, bidimensionais e tridimensionais, as ondas transversais e longitudinais, seguem fazendo parte do mundo acadêmico e profissional, mas também já não tem tanta popularidade como antes. Aquela onda que significa grande quantidade de algo que se espalha, aquela que se refere a uma grande massa de pessoas, animais ou coisas, aquela se caracteriza por uma força ou movimento intenso, aquela que procura representar um estado de tumulto, agitação ou alvoroço, aquela que é sinônimo de moda, todas ficaram em segundo plano.

Agora temos que conviver com as ondas de infecções, com as ondas de doentes e mortes.

Passamos pela primeira onda sem ter certeza que ela se foi. Entramos na segunda onda sem ter certeza que saímos da primeira. Vislumbramos uma terceira onda sem ter certeza de que será a última.

E o turismo que antes sobrevivia a esse movimento ondular por causa de motivos quase sempre controláveis, agora é obrigado a adiar planos e ações por causa de ondas que varrem vidas e esperanças.

Mas quem pensa que o trade vai desistir se engana profundamente. A marca da resiliência é a marca de todos que trabalham e dependem do turismo para viver.

O túnel é longo e escuro, mas já é possível ver um pequeno ponto de luz, que alimenta a alma, nos desperta todas as manhãs e nos hipnotiza na crença de que tudo vai passar.

E quando tudo for apenas histórias a serem contadas para nossos filhos e netos, aí sim vamos poder dizer com muito orgulho o quanto fomos fortes para chegar até ali.

Na verdade temos que nos vacinar em massa, para acabar com as ondas que tentam nos derrubar. Temos que sobreviver para voltar a sonhar e produzir novas ondas de sucesso, de desenvolvimento humano e prosperidade, para aí sim, seguirmos tirando onda com qualidade de vida.

O turismo vai voltar e vai tirar muita onda!

Foto:divulgação

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