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Hotelaria

Crescimento da oferta de hospedagem alternativa deixa mercado em alerta

Na prática, o serviço funciona da seguinte maneira: pessoas com cômodos ou imóveis vagos os colocam à disposição no site. Assim, turistas de todo o mundo têm acesso a esses quartos e podem pagar por um tipo de hospedagem não convencional. Hoje, o portfolio global do Airbnb conta com mais de 800 mil acomodações em 194 países, que vão desde quartos em casas de famílias comuns até castelos. E o número de usuários brasileiros cresceu 400% no ano passado.

No Hosteltur Espanha, a jornalista Vivi Hinojosa conta que os aluguéis privados geraram US$39 milhões em vendas no ano passado ( El alojamiento P2P generó 31.000 M € en 2013 ). Esse valor deve crescer 19% entre 2013 e 2018 até alcançar US$46 milhões. Os dados são de um estudo da Euromonitor para a World Travel Marketing (WTM). Os dados incluem tanto os aluguéis feitos via sites como Airbnb e HomeAway quanto aqueles contratados por meio de organizadores locais.

Para personalidades como Fred Gelli, que está a frente da Tátil Design (logomarca dos Jogos Olímpicos 2016 e embalagens da linha Natura Sou) e figurou na lista anual divulgada em maio de 2014 da Fast Company como uma das 100 pessoas mais criativas do mundo, o Airbnb é um modelo que atende às necessidades de um novo perfil de cliente: o desfrutador, em contraposição ao consumidor.

“A gente precisa de mais leveza, não precisamos acumular tanto. Podemos alugar bolsas, bicicletas, carros. Ou seja, podemos apenas desfrutar dos produtos sem, necessariamente, sermos donos deles”, comenta. Neste espírito, ele cita que o usuário do Airbnb pode” desfrutar de um iglu, castelo, apartamento”. “É um concorrente que vem com força e leveza”.

Por outro lado, para autoridades do setor hoteleiro, como Bruno Omori, presidente da ABIH-SP, o modelo é mais que informal, é ilegal.”É a mesma coisa que vender maconha”, afirma. “Quando você permite que algo ilegal aconteça, como esses aluguéis, você abre brechas para uma série de outros crimes como o tráfico de drogas, a prostituição, agressões. Não tem segurança. O cliente não sabe para onde ele está indo e a pessoa que recebe também não sabe quem vai chegar”, comenta.

Ele aponta ainda o fato de que os quartos e imóveis que são colocados à disposição não têm nenhuma garantia de que atendem a especificações mínimas de segurança para evitar e controlar incêndios, por exemplo. “Podemos ver outras tragédias como a de Santa Maria”, disse ele, em referência ao incêndio que aconteceu na boate Kiss, no Rio Grande do Sul e matou centenas de jovens em janeiro de 2013. Isso, sem contar a ausência de registros e pagamentos de impostos nas transações de aluguel entre turistas e anfitriões.

O uso do serviço foi estimulado pelo Ministério do Turismo durante a Copa do Mundo 2014, especialmente em cidades como Cuiabá, que não justificam um investimento maciço em hotelaria e não teria como acomodar todos os turistas não fossem as opções de hospedagem alternativa.

Vinicius Lages, ministro do Turismo, entende a complexidade da questão, contudo, ele acredita que é “algo que vamos ter que lidar, pois trata-se de uma tendência global”. O coordenador geral de competitividade e inovação do MTur, Jair Galvão, explica que a ideia “não é ignorar nem proibir” e que a atenção dada a esse tipo de atividade se reflete na competitividade do País frente a outros destinos onde os turistas tem essa oferta à disposição.

Wilson Poit, presidente da SPTuris e secretário para assuntos de Turismo da cidade de São Paulo, segue a mesma linha e vê a possibilidade com otimismo para o fomento do turismo na capital paulista.

O diretor do Airbnb no Brasil, Christian Gessner, explica que “é de total interesse do site trabalhar com os governos locais para buscar alinhamento com todas as partes envolvidas no processo, além do cumprimento das leis”.

 

Ele também garante que o sistema de armazenamento de histórico dos anfitriões e viajantes é uma garantia de segurança para os envolvidos. Um fotográfo profissional indicado pelo site faz as fotos dos quartos e imóveis cadastrados. Isso também serve como uma avaliação de que o local ofertado é real.

Fonte:  hosteltur

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