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Arnaldo Bichucher: O Blog está no ar

Como comemorar?
Dia 8 de maio é o Dia Nacional do Turismo e dia 10 de maio o Dia Nacional do Guia de Turismo. Pelo segundo ano consecutivo somos obrigados a celebrar essas datas de forma virtual, o que não combina nem um pouco com o tipo de atividade que depende basicamente do convívio humano presencial.
Trabalhar com a realização de sonhos, com a satisfação de expectativas criadas no imaginário, é um desafio que o turismo sempre enfrentou e sempre teve sucesso.
Com a interrupção brusca de viagens em todo o planeta, os profissionais do turismo se veem em uma situação inusitada e inesperada. A ausência de clientes e a falta de uma perspectiva real de quando poderemos voltar a desempenhar nossas atividades, fragiliza e angustia.
O principal problema numa sociedade capitalista é a falta de dinheiro para arcar com nossa sobrevivência cotidiana, seja honrando compromissos de aluguel, taxas e despesas que garantam um mínimo de qualidade de vida, assim como para garantir o alimento, o remédio e um mínimo de saúde capaz de nos fazer enfrentar o momento turbulento, com esperança de presenciar o retorno a uma certa normalidade.
Mas há um fator tratado com certo menosprezo por grande parte da sociedade, mas que precisa ser olhado com mais atenção. O lado emocional dos profissionais do turismo nunca esteve tão abalado, nunca estave tão machucado. Já passamos por graves crises no setor, sobrevivemos a vários momentos que pareciam não ter fim, mas renascemos e continuamos.
Mas quando chegam datas comemorativas é hora de aglomerar, se abraçar, vibrar com resultados e experiências vividas. Tudo o que não podemos fazer nesse momento.
Por isso temos que nos preocupar com auxílio, com cestas básicas, com doações e com todo tipo de assistência. Porém há que se cuidar do ego de cada profissional, há que se acarinhar o coração de cada profissional, há que valorizar a existência de cada profissional.
Nesse caso as datas comemorativas passam a ser datas celebrativas, datas que homenageiam a resiliência dos profissionais do setor. Somos agentes de viagem, operadores, promotores, guias de turismo, recepcionistas, camareiras, mensageiros, motoristas, garçons, atendentes e tantos outros que dependem diretamente do turismo. E ainda há um sem número de pessoas, físicas e jurídicas, que são atingidos indiretamente, tornando o impacto da atividade na economia geral tão grande, tão sem limites, que é inexplicável como ainda não olhamos tudo isso com mais atenção e carinho.
Você já se deu conta do significado da canção que diz: “navegar é preciso, viver não é preciso”? Entenda o preciso não como verbo, mas como adjetivo. “Preciso = feito ou determinado com absoluto rigor e perfeição; exato, certo, definido”. Navegar pode ser algo feito com precisão, mas viver… bem, viver não tem nada de exato, de certo, de definido. Logo temos que comemorar no sentido de trazer à lembrança; recordar, memorar. Temos que realizar cerimônias de evocação da atividade turística e dos profissionais envolvidos, mostrando cada vez mais a importância e a relevância deles numa sociedade mas justa e humana.

Parabéns a todos os heróis dessa resistência!

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